Basicamente, Todos Nós Nascemos Para Aprender A Amar - Não Romanticamente, Mas Incondicionalmente.

Basicamente, todos nós nascemos para aprender a amar - não romanticamente, mas incondicionalmente. Se nos colocarmos nessa perspectiva, nossa felicidade deixará de depender dos resultados imediatos valorizados pela cultura em que vivemos e passará a ser construída pelo nosso crescimento como pessoas espirituais.

PRAAGH, James Van. O despertar da intuição: desenvolvendo seu sexto sentido. Rio de Janeiro: Sextante, 2003. p. 149

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Poeminha Sereno

Tem tristeza que não vale a pena,

E passado que não vale um poema.

Aline Rafaela

Morrer e nascer

A gente custa a morrer, 

mas quando nascemos, 

é subitamente lindo.

A gente só se pergunta por que demorou tanto.

Aline Rafaela

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Seu toque cura feridas de vidas.

Suas mãos conduzem meu corpo

ao prazer mais sublime do toque,

Que ecoa em gemidos e sussurros,

Compondo um batuque rítmico.

Dos pêlos em festa, dos órgãos em dança, da cabeça em transe.

Da transa, do ajuste, do acordo implícito.

Acordo como se tivesse viajado

Para uma galáxia distante,

Para um mundo de instantes.

Viagem que transcende as dores,

Os horrores, as memórias de outrora.

Volto com outra energia

Com calma nos olhos

Vontade de desaprender

Coração aberto para receber (Seu amor)

Cabeça aberta para dialogar com clareza,

Desaprendo conceitos

E aprendo a receber sua energia

Que cura cada pedacinho antes em dor,

Que me diz que a vida precisa de calor,

Que aponta o meu lado criativo

E meus ovários fazem festa

Me encontro no encanto,

Na beleza de uma mandala

Na poesia dos meus contos

Na beleza dos meus gestos

Onde me (re) descubro mulher

Feminina

Leão sendo domado pela mulher e pela menina.

Corrente eletrizante me corta a espinha

Despertando meu corpo inteiro em volúpia

Espinha se contorcendo na cama,

Como cobra procurando abrigo no vão das rochas.

Você me endeusa e reconhece minhas fraquezas,

Me concede humanidade no corpo que vc diz deusa.

Sobre os meus pés você bate cabeça,

Respeita meu corpo como um templo,

E meus sentimentos como um mantra sagrado

No meio disso tudo eu relaxo

E me calo.

Desperto.

Me abro.

Desabrocho em flor.

Me espalho em rosas.

Enfeito o mundo.

Abraço o todo.

Respiro fundo.

Recebo.

Agradeço.

E transmuto toda memória

Em puro amor.

Aline Rafaela Lelis

18 de outubro de 2018

Tiãozinho

Tião é Sebastião. Herdou o nome do pai, homem trabalhador, cor de mel, nascido em Minas Gerais em 1930. Do pai herdou o nome e a tristeza, que para essa gente preta e pobre do interior é inata. Os olhos de Tião são dispersos, viajam longe, como se ele nunca estivesse no presente. A simplicidade vem nos gestos, no jeito manso de se expressar, incapaz de fazer mal para alguém. As palavras são ditas com certa insegurança. Tião é homem de pouca informação, mas muita imaginação. Sua voz é rouca, seus cabelos  e barbas brancas, revelam a idade. Um homem que cresceu em meio as violências domésticas e da vida. Violência é a palavra que define sua trajetória. Violências das mais diversas, físicas e psicológicas. Uma vez Tião me confessou que quando criança adorava matemática, mas logo depois completou dizendo manso e paciente: “mas naquela época gente pobre não estudava”. Tião não casou, não teve filhos, e ainda mora na casa que os pais deixou, há cerca de quarenta anos ou mais. Ele mora com os irmãos e uma irmã, que assim como ele tiveram uma vida sofrida. Outro dia Tião foi encontrado na rua, bêbado, sem condições de sustentar o próprio corpo. Uma sobrinha o viu naquela situação e buscou ajuda. Pensou que estivesse sofrendo um ataque cardíaco, um infarto ou derrame. Mas Tião, que tem pressão alta, bebeu dois copos de pinga no dia do seu pagamento, e a bebida subiu de tal jeito que ele não suportou. Poucos dias depois do ocorrido Tião procurou a sobrinha para se desculpar, sinal de humildade inconfundível, disse a ela que ele sentia muito pela vergonha que a fez passar e que havia tomado dois copos de pinga para ver se a dor passava, porque há anos se sente angustiado. Tião é chamado pelos familiares e conhecidos de Tiãozinho. Tião é muito sozinho. Olhos carregados de tristeza e frustrações. Olhos que olhamos em estado de contemplação e reflexão. Olhos que nos transporta para dimensões outras da vida, uma dimensão onde não há materialidade. Os olhos dele é mar e é rio. Há pessoas cujos olhos estão sempre marejados, como os do Tião, que parecem estar sempre segurando o choro, porque sabe que se deixar rolar as lágrimas podem nunca cessar e molhar todo o corpo ferido, das pernas ao coração. Quando Tião se desculpou com a sobrinha, deixou uma lágrima escapar, não que ele quisesse. Foi apenas uma lágrima teimosa que insistiu em escapar. Como Tião, há milhares dessas pessoas no mundo. E eu sempre me pergunto onde a humanidade foi parar. Sempre que olho nos olhos das pessoas é possível encontrar a verdade delas, e foram poucas as vezes que eu consegui enxergar pessoas em estado de plenitude.

P.S. “Tião não sabe, mas eu o amo!”

Aline Rafaela Lelis

Rain Has Fallen On The Poem

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Há muito tempo deixei de ser poesia. Fui virando prosa, desencadeando prosas e quando vi, não sabia mais traduzir as coisas simples. Viajei para uma bela ilha, onde toda tarde ia ver o por do sol na praia. Ouvia o chiar das ondas, sentia as ondas tocarem meus pés, avistava o fim da tarde lilás, ouvia as crianças brincarem e suas gargalhadas inocentes. Assistia aos surfistas e observava como cada pessoa contemplava o mar. Mas nada pude dizer a respeito. Aquele tempo que vivi naquela ilha, eu não estava em estado de poesia e todas as coisas bonitas que vi e vivi, não foram absorvidas por mim na simplicidade que acontecia, naquela época, meu estado anti-poesia não permitia. Mas o bom é que como eu vou contar hoje as histórias passadas do tempo da ilha é que importa, e meu estado hoje, graças à Deus me transporta a mesma ilha, porém com um olhar que é muito mais poesia e menos prosa.

Aline Rafaela

Algo mudou fundamentalmente em mim, e isso de uma madrugada para outra. De repente tudo pareceu fazer sentido, e esse quebra-cabeça gigante chamado vida, parece estar com as peças mais ordenadas. E quando isso acontece, mergulho fundo na minha alma para ouvir o silêncio das horas. E o tempo se dissolve na noite silenciosa. Sinto que algo novo está para acontecer. Uma guinada transformadora na forma de ser e existir. 

Aline Rafaela

“Aos poucos, nós mulheres nos tornamos cada vez mais parecidas com quem ou com o quê nós mais contemplamos e admiramos.” Clarissa Pinkola Estés

fidelidadeaalmaeosegredo - Preserve a Alma
Preserve a Alma

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