Tudo em você vira poesia, as mais lindas de Drummond. Ninguém te leu como eu te lia, nossa, como te amar foi bom.
Na sua voz, eu me perdia, todos os dias queria te escutar. Nem o Cazuza entenderia, o meu exagero que foi te amar.
Você é pintura, minha arte, nem Van Gogh consegue te superar. O que é a Noite Estrelada perto de você? Nem os Girassóis conseguem te ofuscar.
O meu amor foi todo tipo de arte, de Antonio Vivaldi até Bach. As Quatro Estações, você fez parte, de uma primavera a um réquiem a congelar.
09.06.2014 - "A ninguém mais devemos nosso destino além de a nós mesmos / Al neniu alia ni ŝuldas nian destinon krom al ni mem"
Mogi das Cruzes - São Paulo - Brasil 🇧🇷
Ultimamente, entre estar com a razão e ter paz, tenho ficado com a segunda opção...
Não quer se vacinar? Tudo bem.
Quer votar em extremistas? Ok.
Acha que a Terra é quadrada? Beleza...
Só não venha me encher o saco ! 👍
🔹Quando uma pessoa me diz que um pecador vai ficar eternamente no inferno eu tenho vontade de perguntar para a pessoa: você tem ideia do que é a eternidade?
🔹Kiam iu diras al mi, ke pekulo estos eterne en la infero, mi volus demandi la homon: ĉu vi havas ideon, kio estas eterneco?
05.Ninfa
Estou perdido no meio de um oceano
sem nome.
A Lembrança do seu olhar,
com brilho de ametista,
decapta minha sobriedade momentânea.
E que brilho tão lindo...
Um brilho místico, encharcado
de sonhos desmaterializados
e segredos que só um coração pensante
entenderia.
Deusa?
No mínimo uma mortal muito especial.
Um reflexo alegre e brincalhão,
em forma de fogo brando,
serpenteia em meu âmago
ao circunscrever seus traços, em pensamentos.
Sua voz longinqua e eficaz
mostra-me o caminho.
Momentos suntuosos e inesquecíveis
que hibernam em algum recanto
da nossa consciência, desabrochanão,
e nesse dia
nossas almas chorarão e se abraçarão
em decorrência da maior descoberta.
E o círculo estará completo...
Reis, Rainhas, Deuses e Bufões
estarão de mãos dadas,
comemorando a adormecida descoberta,
numa erupção de alegria
e estilhaçamento
de qualquer céptico ponto de vista.
Tudo será amor;
Amor...
Mas enquanto o dia não vem,
escondemo-nos atrás de feições;
continuemos dizendo e não sentindo,
sentindo e não dizendo
em um dia comum
e diferente de todos os outros.
Agosto de 1991
✨✨✨
Obs.: Escrevi esse poema quando eu tinha 19 anos, para a minha grande amiga Náiade Fukushima Trindade . Em determinado ponto do poema, mais ou menos na metade, ele traz a tona a inquietação de uma mente em ebulição com o tema da morte. Apesar da minha discrição e timidez, os pensamentos eram acelerados e precipitados, sempre tentando achar respostas para as grandes questões da vida que a maioria preferiria deixar prá trás. Nesse dia que escrevi isso, a minha ansiedade me levou a vislumbrar o outro lado da vida como uma continuidade e, intuitivamente, acessei esse mundo do além e entrevi a lógica da reencarnação (Reis, Rainhas, Deuses e Bufões). Escrevi sem compreender mas, não muito tempo depois, a grande amiga Débora Assis me emprestou um livro chamado "O Morro das Ilusões", da Zíbia Gaspareto. Esse livro foi um divisor de águas na minha vida; dali até Kardec foi um pulinho! Então comecei a entender o que eu mesmo escrevi e as visões que tive nesse dia, sobre as pessoas "atuarem" em papéis temporários aqui na Terra, quando "vestidos" de um corpo físico.
04. Incerteza
E como se eu estivesse
e não estivesse, ao mesmo tempo.
No mesmo instante posso estar
na minha dimensão particular
ou não, indo e vindo.
Num estranho mosaico de imagens sobrepostas
eu hesito
e indago minha existência.
Minha pureza é questionável pois,
algumas vezes,
prefiro não pensar em nada;
mas normalmente é estimável.
A incerteza é um enorme oceano
onde só vejo horizonte e,
para qualquer lado que direciono minha visão
não vejo nenhum sinal de ilha.
As nuvens deste céu são lindas
mas não sei voar.
Não é fácil esperar
alguém que você nem sabe se existe;
não é fácil gostar
de alguém que nem sabe que você existe.
Junho de 1991
⛵🌥️
L'infero estas malplena, ĉiuj demonoj estas tie ĉi // O inferno está vazio, todos demônios estão aqui (Shakespeare)
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