Matteo Soltou Uma Risada Sem Graça, Nasalada, "até Parece." Matteo Quase Apontou Que Quem Tinha Aparecido

Matteo soltou uma risada sem graça, nasalada, "até parece." Matteo quase apontou que quem tinha aparecido na academia foi ele — território que era seu de costume. Ali... Como ele saberia que era Aleksander que estava naquela atividade? Era obviamente uma pegadinha de mal gosto. Ou alguém que acreditava demais naquela coisa de maldição e havia enlouquecido. Seria a maior ironia do destino Aleksander e ele serem almas gêmeas. Não, Matteo se corrigiu, não havia como serem. Era resoluto! Ele não era o James, afinal. "Claro, claro, deixe eu salvar o seu tempo — eu sou um brutamontes sem cérebro, que se veste igual a um mendigo e devia aprender a penter meu cabelo," falou e fez uma pausa antes de continuar, como se analisasse se a sua resposta estava correta, "ou algo nesse sentido."

Não poderiam ser mais diferentes. Matteo teria ficado mais que satisfeito em apenas sentar ali e esperar o tempo passar. Normalmente, preferia o silêncio confortável de estar com alguém que gostava, mas não se importava com o silêncio desconfortável. Na maioria das vezes era tudo o que ganhava de qualquer forma. A sugestão de Aleksander, cortando o silêncio, foi inesperada. Ele levantou o rosto, confusão escrita em suas feições e as sobrancelhas franzidas tão juntas "O que você sugere, Aleksander?" A falta de sarcasmo na voz do outro fez com que Matteo hesitasse em uma resposta implicante. Ele sempre considerou Aleksander um mauricinho que nunca teve um problema na vida, então nunca soube ouvir 'não'. O estopim claro foi quando ele ouviu um 'não' de Olivia, então ele culpou a única pessoa que não era do seu círculo, e assim Matteo se transformou no bode expiatório. Não que eles nunca tiveram problemas antes — Matteo nunca teve muitos amigos de qualquer forma. Porém, se Aleksander não estivesse agindo como habitual — agressivo e sarcástico —, como ele poderia dar uma resposta ríspida e dizer que era apenas uma reação as atitudes do outro? Matteo sempre achou que seria mais fácil se eles simplesmente se evitassem, agora ele preferia que Aleksander voltasse a chamá-lo de burro. Era muito mais fácil ter um motivo para achá-lo irritante do que observar a luminosidade parca das velas distribuídas pelo quarto refletir na pele do outro, como se dançassem. Balançou a cabeça, tentando dissipar aqueles pensamentos estranhos demais para sequer aparecerem.

Não conseguiu sustentar o olhar por muito tempo. Era confuso demais. Olhar para Aleksander trazia a tona questionamentos que ele havia preferido ignorar até então. Tinha racionalizado que nada teria acontecido se eles soubessem quem eram naquela noite. Não havia nenhuma chance que ele e Aleksander pudessem sequer se interessar um pelo outro fisicamente — o estilo do playboy era tão engomadinho e esnobe que Matteo... ele o quê? Não podia conceber que poderia gostar daquele estilo? Até a festa ele também não tinha certeza que tinha interesse no mesmo gênero. Qualquer um menos ele. Foi a única coisa que conseguia pensar depois. Não tinha problemas em admitir a nova sexualidade (ou a sexualidade que sempre teve e só não explorou), mas recusava a aceitar qualquer interesse em Aleksander. E, ainda assim, estava ali sentado pensando no beijo entre eles, nas mãos passeando pelo outro ('prefiro descobrir com as mãos', lembrava da maldita frase também), e na maldita sensação de formigamento em suas mãos naquele momento como se quisesse tocar novamente. Ele fechou as mãos em punhos, cravando as unhas nas palmas para que a sensação cedesse. "Você não pode está sugerindo a massagem," até porque se ele tivesse com as mãos ao redor do pescoço de Aleksander, podia ser perigoso — para os dois, porque ou ele mataria Aleksander, ou pior... "E eu não estou emburrado. Eu só —" tenho medo de chegar muito perto e fazer algo que eu me arrependa? Tenho medo de não ter autocontrole suficiente? Beijaria meu inimigo novamente aparentemente? Não tinha nada em sua mente que ele pudesse falar em voz alta, "—estou esperando o tempo passar."

Matteo Soltou Uma Risada Sem Graça, Nasalada, "até Parece." Matteo Quase Apontou Que Quem Tinha Aparecido

Alek estava na sala, absorto em seus próprios pensamentos enquanto tentava entender o que exatamente estava acontecendo. Ele ainda não conseguia se livrar da sensação desconfortável que o acompanhava desde que entrou naquela experiência de autocuidado. O bilhete anônimo havia lhe dado a impressão de que ele se encontraria com Olivia, mas um convite vindo dela não fazia o menor sentido.

Foi quando a porta se abriu, e Matteo entrou. Alek piscou, estupefato, quase sem acreditar no que via. Sua reação inicial foi de total surpresa, seguida de um riso seco e incrédulo. "Só pode estar de sacanagem com a minha cara..." Alek murmurou para si mesmo, quase rindo da situação absurda. Ele olhou ao redor, como se procurasse uma câmera que iria anunciar a pegadinha a qualquer momento. "Você por acaso tá me perseguindo? Que porra é essa?" Queria sair imediatamente dali, mas quem quer que tenha tido a ideia genial de trazê-lo ali, estava comprometido a mantê-lo ali com aquela porta trancada.

Era óbvio para todos o desprezo que tinham um pelo outro, mas ser jogados juntos em um ambiente tão íntimo parecia cruel demais até para os padrões de Khadel. "Bom, também não sei o que passou na cabeça deles. Você é, definitivamente, o oposto do que eu esperava." Alek bufou, frustrado, sentindo que a situação só piorava. O que ele deveria fazer? Ficar ali, de braços cruzados, com cara fechada, esperando que alguém resolvesse libertá-los? Ele certamente não queria se render à imagem de coitado derrotado, como Matteo parecia estar fazendo.

Embora sua frustração fosse a emoção predominante, algo mais o distraía. Alek não pôde evitar roubar uma olhada para Matteo. Os braços fortes, o jeito como os músculos flexionavam diante a maneira que ele se postava — aquilo tudo foi uma distração inesperada que, de alguma forma, apaziguava sua raiva. A memória do que aconteceu no baile voltava à mente de Alek com mais frequência do que ele era capaz de admitir. E vez ou outra, ele se pegava brincando com a echarpe de seda, como se o toque do tecido quase pudesse fazer o momento voltar à tona. Ele sabia que havia dito a si mesmo que o souvenir era só uma provocação, mas a verdade era que, em algum lugar bem fundo, ele sabia que significava mais.

Com um suspiro pesado, Alek pigarreou, tentando afastar os pensamentos confusos. A raiva parecia ter dado lugar a uma vulnerabilidade que ele não queria admitir. "E então? Vamos ficar aqui, emburrados, durante a próxima hora? Ou tem alguma coisa melhor para fazer?" O tom não tinha a mesma agressividade e sarcasmo de sempre. Havia algo mais, algo que Alek não queria deixar claro, mas que se infiltrava em cada palavra, uma necessidade enterrada que se tornava impossível de ignorar naquele confinamento forçado.

Alek Estava Na Sala, Absorto Em Seus Próprios Pensamentos Enquanto Tentava Entender O Que Exatamente

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3 months ago

O motivo pelo qual ele gostava de estar sozinho era pelo desconforto que o silêncio ocasionava. Não tinha mais estranho que duas pessoas que mal se conheciam forçadas a estarem juntas num silêncio desagradável. Não que o silêncio em si o incomodasse. Matteo. apreciava o silêncio quando estava sozinho. O problema era a companhia. Como se a pessoa ao seu lado pudesse observar a sua parte mais íntima só com o par de olhos pregados nele. Claramente, não era isso que Helena fazia, mas tinha uma parte dele que acreditava que ele seria pego de surpresa, na sua farsa. Ele seria descoberto. Seja porque ele não era tão bom quanto as pessoas imaginavam, para aquela fama que ele não sabia o que fez para merecer, seja porque iriam descobrir que na verdade ele foi parar na cachoeira ao acaso, não era uma das almas gêmeas, fosse apenas pelo fato que ela notaria o que ele sempre soube; ele não era especial. Ele engoliu silenciosamente a própria saliva, tentando umidecer a garganta que estava seca à todo momento. Abriu a boca para perguntar se ela realmente acreditava na maldição, mas antes das palavras saírem, ele se refreeou. A falta de intimidade entre eles não deixava que ele pulasse tão rapidamente da poça rasa de socialização que estavam para suas convicções mais profundas. Matteo não conseguia entender certas nuances da socialização. Ele preferia que as coisas fossem ditas de maneira direta e clara, sem que ele precisasse ficar tentando decifrar o significado. E, dessa forma, ele não conseguia entender se tinha uma sutileza no que ela dizia, como se ele devesse algo para ela por ter estado naquela campanha. Ele tinha feito apenas o seu trabalho. Não foi como se tivesse arquitetado para as coisas acontecerem da forma que aconteceu. Claro que todo o furor que ela havia causado tinha sido incrivelmente benéfico para Matteo, mas se ele não tivesse monetizado o momento como havia feito, não teria feito diferença. Porém, poderia ter sido apenas um comentário inocente que ele estava racionalizaod demais. Poderia não ter sido absolutamente nada. "Sim. E com o instagram eu consigo outros trabalhos..." Teria preferido que ela tivesse feito outra pergunta, uma que não direcionasse o foco tão para ele, mas tinha a impressão que passaria aquele encontro desconfortável. Em um encontro seria esperado que ele falasse dele mesmo. "É, a calmaria de Khadel certamente é um atrativo para quem gosta de paz. Acha que voltou de vez?" Perguntou e aquela pergunta tinha diversos motivos. O primeiro, para desviar o foco novamente dele, e o segundo era que se algo sequer pudesse acontecer (Matteo ainda achava difícil ele estar nessa confusão), se ela ficaria na cidade ou iria mudar novamente.

O Motivo Pelo Qual Ele Gostava De Estar Sozinho Era Pelo Desconforto Que O Silêncio Ocasionava. Não

O olhar que Helena direcionou a Matteo poderia servir como uma boa explicação e até poderia faze-la em alto e bom tom, mas apenas se restingiu a levar a bebida aos lábios, até porque deveria ser algo mais do que obvio que nenhuma mulher gostava de ser forçada a se manter numa conversa com homens que não conhecia principalmente estando visivelmente desconfortável. Talvez alguns achassem que ela era imune àquilo, ainda que acreditasse que não importava a classe social, popularidade ou fama, toda mulher seria posta a prova por algum homem tentando sua sorte. O que piorava quando a pessoa em questão era como ela e não sabia dar um fora direito...

O olhar de Sorrentino mudou de foco para as pessoas que cantavam no palco, alheios a eles e por um segundo sorriu, vivenciavam algo que tão facilmente tinha: atenção, prestigio. A pergunta do companheiro, porém, a trouxe para a realidade, fazendo-a voltar a olhá-lo, dessa vez com um sorriso "Er... Incrivelmente andam mais calmas. Mesmo com o lance da maldição e tudo mais " com a taça apoiada na mesa ela mudou de posição na cadeira para que pudesse ficar mais de frente para o rapaz. Muitos achavam que a vida de celebridade era um mar de rosas, calma e cheia de glamour... Em maioria era sim. Por outro lado tinha os ônus de ser uma figura pública, coisa que ali não estava acontecendo com tanta facilidade "A cidade é pequena, não há tantos fãs ou paparazzis. Por mais que eu ame atuar essa calmaria me faz bem" sabia quem ele era. Já tinha feito suas pesquisas sobre cada um dos 'renascidos' até porque tinha que ter uma noção qual deles poderia ser sua alma gema, buscava pessoas minimante parecidas "Mas e você hun? Soube que disparou depois daquela campanha... Continua como modelo?"

O Olhar Que Helena Direcionou A Matteo Poderia Servir Como Uma Boa Explicação E Até Poderia Faze-la

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3 months ago

Deu um sorriso de satisfação ao ouvi-lo dizer que aquele era seu inferno pessoal. Não havia sido a sua intenção, porém Matteo deveria se parabenizar todas as vezes que acidentalmente destruía o humor de Camilo. Não que fosse difícil. Sua mera existência parecia encher o saco do outro. O sentimento era mútuo, mas ao contrário de Camilo, ele não saia do seu caminho para atormentá-lo, como sentia que seu nêmesis fazia. Parte dele achava que Camilo se divertia com aquilo, assim como as crianças que adoravam fazer bullying no passado. Então poderia ser que o que ele dizia ali era apenas para atingi-lo e não se importava com as imagens. Porém, se tivesse a mínima chance de que ele realmente estivesse incomodado, Matteo passaria o resto da noite ao lado de uma das fotos. Encarou o champanhe em sua mão, tentado a virá-lo de uma só vez, mas se bebesse todas às vezes que Milo enchesse seu saco, estaria em Sodoma na depravação, onde Camilo Ricci era o prefeito. Ao contrário do outro, Matteo era muito disciplinado para cair naquela tentação. A sua disciplina era o que havia ajudado-o a chegar aonde havia chegado e conquistar o que tinha. As pessoas como Camilo tinham tudo, desde sempre, então era fácil acreditar que o mundo devia algo a eles. Não podiam ser mais diferentes. "Bem, Camilo, você não precisa ficar aqui. Pode fazer sua generosa contribuição e ir pular a cerca de alguma mulher casada," alfinetou, apesar de não ser nada além da realidade.

Naquele instante, Matteo adoraria ter alguns pontos a menos no QI para sequer perceber que o homem falava com ele. Seria tão mais fácil ignorá-lo. Matteo forçou um sorriso, questionando-se poderia ignorá-lo de alguma forma, mas Camilo sabia muito bem como fazer sua presença ser impossível de desconsider. Se soubesse que Camilo estava envolvido de alguma forma com aquele evento, ele teria mandado enfiar o contrato em um lugar desagradável, mas em nenhuma das suas negociações, o que ele admitia não foram muitas já que a maior parte do que fez havia sido sem nenhuma forma de pagamento, ele desconfiou que Camilo estava envolvido com isso. Afinal, a única coisa pela qual o homem se importava era ele mesmo. 'Vira-lata são os que mais causam comoção'. Era ridículo que as palavras de Camilo pudessem o afetar quando ele detestava o homem. Se tinham uma personificação de tudo que Matteo não gostaria de ser, era Camilo. Libertinagem vestido em ternos que valiam mais que o salário anual da sua mãe, falta de senso comum e uma capacidade de irritar provavelmente até o mais calmo entre os residentes de Khadel. Por que alguém iria querer ser como Camilo? A única coisa que poderia pensar era pelo dinheiro, mas a maioria dos residentes em Khadel eram bem afortunados e aos que não eram, como ele... Existiam certas coisas que o dinheiro não comprava e o seu caráter era uma delas. Mas as palavras dele eram como agulhas perfurando seus ouvidos, um lembrete que ele nunca se encaixou e, não importava o quanto mudasse, não se encaixaria. Apesar de entender e sua mente inquieta está sempre numa velocidade máxima, ele não conseguia pensar em nada para responder. Chegou a abrir a boca para falar algo, mas não tinha uma resposta ácida como seu oponente. Esse não era seu forte. Mas seu forte poderia ser apenas ser melhor que Camilo. Nada iria enfurecê-lo mais se ele não engajasse. "Mudar seu comportamento? Não sabia que você conseguia ter um comportamento diferente de um adolescente com tesão." Distrair, divergir, mudar o assunto como se tivesse desinteressado.

Deu Um Sorriso De Satisfação Ao Ouvi-lo Dizer Que Aquele Era Seu Inferno Pessoal. Não Havia Sido A

camilo levava pouquíssimas coisas a sério: seu guarda roupa, e o cuidado com os animais. era por isso que adentrava o local ajustando seu terno impecável, pronto para fazer valer as próximas horas naquele evento. uma coisa havia aprendido: havia burocracia demais na benfeitoria. ele tinha dinheiro suficiente para resolver inúmeros problemas; mas sempre haveriam obstáculos no meio do caminho. e por obstáculos, é claro, referia-se à corrupção terrivelmente enraizada em qualquer meio. era um dos motivos, afinal, de apreciar o controle sobre a própria fazenda, visto que tudo ali era de fato em prol dos animais resgatados. infelizmente, camilo não podia comportar todos os animais do mundo no local, e para ajudar os tantos outros fora de seu alcance, não podia se dar ao luxo de uma abordagem simplista e ingenuamente otimista. um grande evento, repleto de pessoas importantes e reconhecido pela mídia, era a melhor maneira de exigir uma prestação de contas por parte dos órgãos envolvidos. ricci sabia que no final, certa parte do valor arrecadado jamais atingiria o objetivo final e nobre — mas assim, pelo menos, podia garantir que a maioria o faria.

a organização não fora de sua exclusiva responsabilidade, embora estivesse envolvido no evento desde o começo. especialmente com as mais recentes descobertas, devia admitir que fora mais relapso do que gostaria nas últimas semanas. prometeu a si mesmo que compensaria ao garantir o sucesso daquele evento. ao parar diante do pôster ridículo em tamanho desconfortável, quase se arrependeu da promessa. com as mãos no bolso, encarou a foto, incomodado. o que aquele idiota tinha a ver com o evento? quem tomou a decisão? “alina” camilo chamou a jovem organizadora, que tirou os olhos de sua prancheta por meio segundo. “o que essa foto está fazendo na parede?” ela pareceu mais confusa que o homem, antes de explicar que matteo era praticamente o garoto propaganda de todo o evento, além é claro do próprio ricci. ainda o relembrou que havia alinhado os detalhes da campanha com camilo há vários dias. ele torceu o nariz ao se recordar que alina o havia ligado justamente no fatídico dia da cascata, em que ele simplesmente não conseguira prestar atenção em nada além do ocorrido. ‘você só disse ‘tanto faz, alina, escolha o que for melhor pra campanha’. bom, o melhor é ele. batemos um ótimo número nas redes sociais e as doações foram significativas.’ camilo revirou os olhos. o melhor é ele. aquele idiota tinha que se enfiar em mais um assunto seu? matteo podia ter ajudado na arrecadação virtual, mas eram os contatos de camilo que faziam as doações substanciais. alina atendeu alguém no celular e saiu andando, bem a tempo de camilo avistar a última pessoa que gostaria de ver.

“isso aqui está dolorosamente parecido com meu inferno pessoal.” disse, apontando para as diversas versões do homem espalhadas pelo recinto. particularmente, a foto com o gato o fazia querer arrancar os olhos fora. “e se for uma amostra grátis do que me espera lá embaixo, talvez seja melhor começar a mudar meu comportamento.” enquanto falava, aceitou uma garrafa de champanhe que lhe fora oferecida. “por mais que eu vá ter pesadelos com essas poses ridículas, admito que você foi uma boa escolha, sabia? vira-latas são os que mais causam comoção mesmo” o sorriso nada combinava com o tom áspero e os dizeres rudes. “ah, desculpa. acho que pra entender sarcasmo é preciso de um QI um pouco mais alto. não se preocupe, na próxima vez que eu te insultar, farei num nível compreensível a uma criança de cinco anos”

Camilo Levava Pouquíssimas Coisas A Sério: Seu Guarda Roupa, E O Cuidado Com Os Animais. Era Por Isso

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3 months ago

Starter fechado para @oliviafb

IL GIARDINO

Matteo se sentia incrívelmente sufocado no terno recentemente comprado. Ternos não era exatamente o seu estilo de vestimenta favorito. Não que ele não fosse familiar ao estilo, já tendo fotografado dezenas, se não centenas, de ternos diferentes, mas era incrível como algo tão simples quanto roupas podiam simplesmente mudar todo um sentimento na vida real. Não era como se estivesse indo para a própria morte, mas o gosto de bile que parecia subir ocasionalmente pela sua garganta o fazia parecer que sim. Aquela parecia ser uma péssima ideia. Ele? Reencarnado? Nem os contas de fadas eram tão fantasiosos assim. Khadel era uma cidade normal e, acima disso, ele era normal. Melhor que a média, apenas por causa da sua disciplina inabalável, mas era normal e não uma alma de cem anos ou que que quisessem acreditar.

E, ainda, ali estava ele, vestido igual um pinguim, ajeitando a gola apertada do terno enquanto encarava o restaurante. Era errado. Olivia acreditava naquilo, não era? Ou estaria ela falando aos prantos que eles eram almas gêmeas apenas para chamar atenção? Não que fosse apenas ele. Ela parecia acreditar que o Chris também poderia ser e, por alguma razão, aquilo parecia o incomodar. Deixa de ser burro, Matteo. Eles já haviam ido por aquela rota e não havia dado certo. Matteo preferia focar em coisas onde fosse suceder. Parecia estúpido pensar em algo provado e fracassado. E, ainda, ali estava ele, esperando a ex-namorada. Definitivamente, deveria estar enlouquecido. Pescou o celular do bolso para olhar as horas. Se ainda conhecesse Olivia, ela estaria elegantemente atrasada, para que sua entrada tivesse impacto. Ela quem costumava pensar nesses detalhes na breve relação entre eles. Detalhes que nunca passariam na cabeça de Matteo. Estava absorto na confusão que se desenrolava em sua cabeça, até notar a apróximação da morena pelo canto do olho.

Starter Fechado Para @oliviafb

( @khdpontos )


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3 months ago

Estava andando em direção à Casa Comune para pegar a vespa esquecida na noite fatídica. Ainda sentia que estava andando numa nuvem, assistindo uma versão da história do qual ele era um espectator e personagem principal de alguma forma estranha. Não sabia o que sentir ou o que fazer, apenas deixava que seus pés o guiasse enquanto a mente vagava. Talvez pudesse formar um plano. Talvez fosse ouvir a voz novamente, ou tivesse outro sinal de onde precisava ir... E, de certa forma, o teve quando mãos pequenas e suaves se fecharam sob o seu bíceps de forma ágil e antes que ele percebesse, estava sendo raptado de maneira incomum. Demorou um tempo para perceber quem era o autor de tal ato curioso. Gianna era o grande enigma da cidade. Era fácil apostar que ela podia ser a alma gêmea deles ─ isso é, se acreditasse na história da maldição. Ela era a única peça da qual eles não sabiam muito, então era fácil imaginar que ela se encaixava, muito mais do que pensar em qualquer um daqueles com quem havia passado por ele a vida inteira. Não deveria sentir algo tão forte por sua alma gêmea que deveria ter percebido se ela estivesse ao seu redor o tempo todo? Mas era impossível que a Gianna fosse a alma gêmea de todos, então era um castelo de cartas. Matteo abriu a boca para protestar, porque ele certamente não era o culpado de estarem na cachoeira, certamente não precisava pagar por nada, e estava tão perdido quanto ela em toda a história. Matteo adoraria conseguir entender toda aquela história, mas ele era apenas uma das peças do quebra-cabeça e, se dependesse dos outros, duvidava que iriam para qualquer lugar. Porém, notou que o teatro dela havia atraído mais olhares do que ele gostaria e toda aquela história já atraia mais atenção do que ele gostava. Ao contrário do que poderia parecer, influencer era apenas um título e um trabalho. Matteo preferia ser deixado em paz. Levantou uma sobrancelha, vendo a performance que ela parecia colocar não apenas para ele. "E o que exatamente você esperava?" Perguntou com uma leve curiosidade pela forrasteira enquanto seus olhos viajavam pelo local. Não ia ali há anos... Ele não podia comer nada naquele lugar. Seria péssimo para a sua rotina de treinos. Mas não ganharia nada discutindo com a mulher. E, dessa forma, poderia também matar alguma curiosidade que toda a cidade nutria pela novata.

Estava Andando Em Direção à Casa Comune Para Pegar A Vespa Esquecida Na Noite Fatídica. Ainda Sentia

❛ para : @thematteobianchi . ❛ ambientação : dolce freddo gelateria .

Havia uma regra silenciosa que Gianna estava seguindo à risca desde aquela noite inusitada compartilhada, que era intervir na vida dos que a acompanharam da maneira mais caótica possível. Mas, naquele momento, ela se via diante de um dilema. Os donos da Pensione haviam estendido um convite dos proprietários da Dolce Freddo, um encontro pensado para adoçar a tarde dela e de uma de suas possíveis almas gêmeas, porém sem tempo algum para elaborar uma maneira certa de tentar qualquer um dos nove, cogitou simplesmente aparecer sozinha e fingir que um deles a havia deixado esperando. A verdade era que, com os anos na Polizia – mesmo sem ter sido oficialmente parte da força –, ela havia aprendido a abdicar de quase todo açúcar como parte do condicionamento. Os treinos começaram logo em seguida, como algo que ela fazia às escondidas, mas logo se tornaram parte de sua rotina, uma chave que a inseriu no círculo dos oficiais. E seu paladar, antes inclinado ao doce, agora preferia o ácido – como seu humor, mas ainda assim, não poderia perder a oportunidade de provar o famoso gelato di mandarino, que prometia ser divino, nem as balas de lemoncella e mirtillo rosso, sabores que a transportavam diretamente à infância.

Sem outra opção se não seguir com o plano de se passar por uma alma sem par, rumou para a gelateria, o caminho já gravado em sua mente, quando, ao se aproximar da fachada repleta de cores suaves, mas chamativas, avistou Matteo Bianchi. E, como se uma lâmpada acendesse em sua mente, soube exatamente o que fazer. Das suas observações na cascata, Matteo parecia o patinho feio do grupo – e não no sentido literal, é claro. Pelo contrário, parecia que ela havia entrado para um seleto clube da beleza de Khadel naquela iniciação. Mas, diferente dos demais, ele se mantinha isolado, mais reticente até mesmo do que Aaron, embora corresse o rumor de que seu único contato mais próximo fosse com o tal lobo solitário – Gianna parecia ter quebrado aquela barreira rápido demais. O detalhe que a intrigava, além da apatia instigante, era a relação com a musa, um fato sussurrado por toda parte. Oh, sim, aquela era a oportunidade perfeita, seria um prazer contornar a disposição taciturna do influencer.

Cortando a distância entre eles com passos quase felinos, fechou ambas as palmas sobre o antebraço masculino e, sem cerimônia, puxou-o em direção à porta decorada. ⸺ Matteo Bianchi, pensei que ia me abandonar e me deixar desolada pela sua ausência . — dramatizou em um sussurro teatral, mais alto do que se falasse normalmente, contando com o elemento surpresa. Francamente? A Montalbano não se importava se ele protestasse, a atenção de toda Khadel já estava sobre eles, e aquilo precisava valer de alguma coisa. Aproximou-se, o tom ligeiramente mais baixo, apenas para que ele ouvisse. ⸺ Considere esse o seu pagamento por terem me arrastado para aquela cachoeira no meio da noite . — uma piscadela pontuou a frase antes que ela se afastasse o suficiente para ser socialmente aceitável ao passarem pelo limiar colorido. ⸺ Hm, wow, não era bem isso que eu estava esperando . — o olhar passeou pelo interior em genuína curiosidade e surpresa, a Freddo parecia um mini cenário saído direto de A Fantástica Fábrica de Chocolates, se ela fosse uma fábrica de gelati.

@khdpontos


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2 weeks ago

Matteo decidiu ficar calado com o murmúrio. Parecia que nada que falava ou fazia em relação à Helena dava certo. Ele estava sempre errado de alguma forma — porque ele não dava abertura, ou não fez o comentário correto, ou olhou de forma enviesada. A luz filtrada pelas ervas penduradas parecia brincar com os contornos do rosto dela — e ele odiava que tivesse reparado nisso. “Se ela jogar água em mim, eu juro que levanto e vou embora. Espiritualidade tem limite.” Tentou manter o tom leve, mas o incômodo era difícil de disfarçar. Sentia a camisa colando nas costas por causa da umidade, e não era só suor físico. Era o peso do espelho, da imagem que o perseguia mesmo ali, mesmo com tudo coberto, borrado, envolto em incenso. Virou o rosto só o suficiente pra encará-la quando ela falou sobre escolher. “Se desse pra escolher isso, eu encomendava três litros,” murmurou, ultimamente ele precisava bastante disso. “Mas acho que coragem é o mais próximo,” fez uma pausa, “coragem é bom. Clareza também. Mas se tiver um item extra chamado ‘me deixar em paz’, eu levo esse.” Tentou brincar, mas a voz saiu mais baixa. Um fio de verdade passando ali. Ele cruzou os braços, desviando os olhos outra vez, como se pudesse se proteger só com isso. “Vamos escolher logo antes que ela volte com um galho de arruda.”

Matteo Decidiu Ficar Calado Com O Murmúrio. Parecia Que Nada Que Falava Ou Fazia Em Relação à Helena

Aquela velha louca parecia que tinha enchido a cara de café, nunca em toda vida Helena tinha visto a mulher ser tão rápida quanto no momento que ela lhe escolheu junto com Matteo para aquela maluquice. Obviamente ela não iria ficar contra a curandeira, mas não deixou de arquear uma sobrancelha ao ouvir o comentário de Matteo, um sorrisinho enviesado se formando nos lábios enquanto o cheiro de lavanda e hortelã começava a envolver o ambiente "Nossa, que incentivo, hein?" murmurou baixinho de volta. " Aguentar um pouco? Matteo, amor, essa é a parte fácil. Da corda para ela para ver se não começa a jogar água em você pra te dar "clareza espiritual"… aí sim você vai ver o que é sofrimento." tentou brincar, mas a senhora pareceu ouvir. A parte boa é que ela só ignorou. O calor do ambiente, a umidade dos sprays de ervas e a iluminação suave provocavam nela uma sensação de estar dentro de um sonho que beirava o desconfortável. Ela deu uma olhada rápida para Matteo enquanto a curandeira começava a entoar as primeiras palavras da bênção, falando de equilíbrio, de reencontros espirituais, de almas que cruzam caminhos por um propósito. "A gente vai escolher o quê?" sussurrou, um pouco mais séria agora, virando-se na direção dele. "Não sei você, mas eu tô bem inclinada a escolher coragem. Ou talvez clareza. Ou sei lá... será que dá pra pedir uma mistura que inclua "parar de surtar"?"

@khdpontos


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3 weeks ago

Matteo: E o que você sabe sobre eles? Porque eu não sei nem onde começar.

Olivia: A Zafira vive pedindo pra gente pesquisar sobre eles, então eu imagino que sim.

Olivia: A gente tem a ver um com o outro. É o que importa. Vamos torcer por algum resultado positivo 😊


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3 weeks ago

Matteo: Hm vi. Podemos ir sim. Te encontro lá?

Matteo: Mando uma mensagem mais perto para a gente combinar.

Olivia: Acho que nada além do que quase todo mundo sabe. E eu não sei qual o critério dessa coisa de reencarnação. Tipo, a gente volta toda vez tendo a mesma personalidade ou cada reencarnação muda?

Olivia: Porque se for a mesma essência, eu me identifico mais com a Rose do que a Kimberly.

Olivia: Mas, ei, chéri, viu que o instagram da cidade falou sobre uma Feira dos Sentidos?

Olivia: É só depois do ritual, mas tá afim de ir? Podemos conversar mais sobre isso lá.


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1 month ago

Fazia muito tempo que Matteo não dividia intimidade com ninguém. E ele não falava de sexo. Ele sempre foi uma pessoa fechada, então o círculo de pessoas que realmente o conhecia era ínfimo e, para ele, parecia que quando alguém chegava muito perto, eles acabavam se afastando, de uma maneira ou outra. A situação era estranha. Exisia tanta familiaridade entre eles, ao mesmo tempo, Olivia havia crescido, e ele imaginava que outras mudanças haviam acontecido.

"Claro que significou, Olivia." Ele respondeu, soltando o ar. Não sabia como explicar toda a sensação do asco e mal-estar, ou sequer porque teve aquela reação. Na sua cabeça, era algum tipo de bloqueio ─ estavam perto demais de ser um casal de verdade e, por algum motivo, ele não podia aceitar isso. A história de maldição, por mais intrigante e curiosa que fosse, era difícil de aceitar. Uma força maior que pudesse controlar a sua vida, incluíndo a sua vida romântica, parecia mais ridículo do que aceitar sua parcela de culpa no ocorrido. Simplesmente não havia trabalhado o suficiente no relacionamento deles. Era jovem, tinha outras prioridades. Ele e Olivia estavam escalando para o topo de suas carreiras. Seria tolice que eles soubessem algo sobre amor aos vinte anos. Essas eram algumas das racionalizações que ele dava para ele mesmo. Matteo pegou o copo de vinho, usando-o como um escudo e uma distração, circulando o líquido dentro da taça antes de tomar um gole demorado. "Eu não sei o que dizer além disso, Liv. Como eu disse, a forma como aconteceu foi... estúpida. Mas talvez fosse inevitável." Talvez era para eles terem se separado e crescido separadamente, talvez destino existia daquela forma ─ certas coisas eram inevitáveis. "Talvez agora a gente só precise seguir em frente ao invés de ficar revivendo o passado."

Fazia Muito Tempo Que Matteo Não Dividia Intimidade Com Ninguém. E Ele Não Falava De Sexo. Ele Sempre

f l a s h b a c k : encontros

Observou Matteo com atenção, absorvendo cada detalhe. O modo como ele suspirou antes de responder, o jeito que o sorriso veio antes das palavras, quase como um escudo. Ela já o tinha visto assim antes. Matteo sempre foi uma incógnita, um livro que parecia aberto, mas cujas páginas eram ilegíveis para quem não soubesse decifrá-lo. Só que Olivia sabia ler algumas partes. Talvez fosse uma das poucas que realmente sabia; ela gostava de acreditar nisso. E, mesmo assim, ele ainda conseguia surpreendê-la. Quando ouviu o "não", seco e definitivo, uma parte dela se preparou para mais. Matteo nunca foi de falar muito, mas aquilo não era o suficiente. E então veio a continuação, e Olivia precisou se segurar para não rir, não de deboche, mas porque, no fundo, aquela era a resposta mais Matteo possível. Olivia piscou, inclinando ligeiramente a cabeça. Admitia sua dificuldade em lidar com o 'não', afinal, o tivera por anos em sua vida até se tornar a musa de Khadel e as bajulações serem muito presentes em sua vida. Mas ela optou por não dizer nada. Deixou que ele continuasse, observando como ele mantinha os olhos baixos, fixos no ponto onde suas mãos se encontravam. Olivia continuou o carinho gentil com o polegar alisando os dedos da mão masculina.

O silêncio entre eles não era desconfortável. Nunca foi. Os dois aprenderam a se compreender na ausência de conversa, mesmo quando discordavam, mesmo depois de tantos anos afastados. O calor da pele dele contra a dela era familiar, e Olivia se pegou apertando um pouco mais os dedos, quase inconscientemente, como se quisesse que ele lembrasse que ainda estavam ali. Que aquilo ainda podia existir. Então veio a acusação, ainda que sem julgamento, e ela arqueou as sobrancelhas. Andando em círculos? Talvez. Mas Matteo sempre foi mais direto, mais prático. Olivia, por outro lado, gostava dos caminhos sinuosos, os joguinhos de palavras, a manipulação. As entrelinhas eram sua zona de conforto. Mas ali não era sobre conforto. Não quando se estava confrontando o único rapaz por quem chegou perto de desenvolver sentimentos verdadeiros de paixão. Ela respirou fundo quando ele finalmente admitiu, pronta para a sua vez. Ele não queria estar ali, não por causa dela, mas porque toda aquela situação era desconfortável, e apesar de fingir muito bem com aquele sorriso no rosto e a postura elegante, ela concordava.

Olivia não levou para o lado pessoal. Sabia que ele não dizia aquilo para magoá-la, sabia que Matteo odiava falar sobre sentimentos, sobre qualquer coisa que o tirasse da segurança do seu silêncio. A confissão veio baixa, mas definitiva. E a mulher sentiu o peso dela se acomodar entre os dois. Não sorriu dessa vez. Não havia ironia, não havia provocação. Apenas olhou para ele, sentindo algo se remexer dentro de si. Algo que ela ainda não sabia nomear. — Bem, minha vez de admitir, então. Eu não deveria ter terminado daquela forma. Eu fui imatura, egoísta e não soube lidar com o que estava sentindo. — Sem mais detalhes. Talvez fosse doloroso ouvir que ela sentiu um asco repentino por ele, ao ponto de não conseguir vê-lo sequer para colocar um ponto final no relacionamento. Ela sabia que se ouvisse dele, ficaria magoada. Pior! Se ele não tivesse sentido, significou que naquela noite em que ela quase se apaixonou por ele, o sentimento não havia sido retribuído. Ela não sabia qual resposta era pior de ouvir. — Eu não deveria ter feito isso porque... — Ela bufou, sem saber como pôr em palavras sem se expor demais antes de ouvir a versão dele. — Lembra-se da noite dois dias antes da mensagem de término? Ela foi tão especial para você quanto foi para mim? — E o coração quase parou enquanto a tortura da espera pela resposta a cortava por dentro.

F L A S H B A C K : Encontros

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1 month ago

"Uau, Aleksander, bravo," ele disse batendo palmas lentamente, sem ligar se ele estava chamando atenção das pessoas ao redor deles. Não era nenhuma novidade ver Aleksander e Matteo se alfinetando pela cidade — nunca foi. As coisas pioraram quando Matteo começou a sair com Olivia, mas qualquer coisa era motivo para Aleksander implicar com ele. Porém, ele não era mais o pequeno e desengonçado Matteo, e ele não precisava ficar escutando aquela palhaçada. "Não sabia que você fazia um ótimo papel de palhaço," ele adicionou, com metade do seus lábios curvados. "Eu não estou tentando converncer ninguém a nada. Você por outro lado... parece ter algo há provar," deu de ombros. Ele sabia que tudo que Aleksander queria dele, como sempre, era uma reação. Qualquer coisa para lhe tirar do sério.

Quando ele tirou a encharpe da mochila, Matteo não se assombrou com o fato dele ainda ter o tecido, mas com o fato dele estar carregando por ai. "— fofo, Aleksander," ele olhou, tentando imitar algum olhar de carinho, mas seu rosto se contorceu em algo mais parecido com uma careta. Não conseguia fingir que tinha qualquer afeto por Aleksander. O asco não podia ser só quando tivesse qualquer sentimento romântico, porque ele sentia um grande asco do homem em sua frente. Irritante. Narcissista. Chato para um caralho. Nem sabia onde ele queria chegar. "Quer uma cueca para acompanhar essa obsessão do encharpe?"

"Eu nunca falei que era hétero." Ele nunca havia dito nada sobre a sua sexualidade e isso era causa de especulação em Khadel. Toda Khadel falava sobre isso. Era engraçado que ele falava como se não soubesse disso. Matteo nunca havia dado muita atenção para isso, porque para ele não queria nem um, nem outro. "Ótimo. Então o que você está tentando provar com essa conversa?" Ele levantou uma sobrancelha. Aleksander agora estava apenas atrapalhando o seu dia.

Alek arqueou uma sobrancelha diante a aproximação de Matteo, o canto da boca puxando um meio sorriso que misturava desprezo e diversão, como quem assiste um cãozinho bravo tentando morder a barra da calça de alguém. Ele escutou as palavras do outro com uma paciência quase teatral, como se cada provocação fosse um convite para afiar ainda mais os próprios comentários. "Não te acusei de se resumir à Olivia. Só mencionei porque, pelo visto, você não se resume nem a ela, nem a essa fachada toda de príncipe empalhado que carrega por aí." Ele deu de ombros, voltando a bater no saco de pancadas com a mão enfaixada, o som do impacto ecoando antes da sua voz completar o pensamento. "Deve ser difícil viver a vida tentando convencer todo mundo, inclusive você mesmo, de que não sente absolutamente nada."

Ele se virou então, encarando Matteo com uma calma provocadora, como se já tivesse vencido a briga antes dela começar. "E relaxa. Eu não vou contar pra ninguém. Não porque tenho pena de você mas porque não preciso." O sorriso que surgiu em seus lábios agora era mais afiado. "Você já tá se destruindo muito bem sozinho." Alek deu dois passos lentos em direção ao banco onde havia deixado sua mochila, puxou de dentro uma peça de tecido clara e a ergueu com dois dedos. A seda caiu delicadamente, revelando a echarpe que Matteo havia jogado durante a 'dança particular' para Aleksander. Alek balançou o lenço, deixando-o flutuar por um segundo antes de jogá-lo de volta na mochila com desdém. "Bonito presente. Não costumo guardar lembrancinhas, mas esse foi especial." Piscou, debochado. Se Matteo estava sendo descuidado deixando souvenirs por aí, sabe-se lá quais outras pistas ele estava deixando para trás? Alek sabia que era só questão de tempo até aquela fachada de bom moço cair por terra, e mal podia esperar para assistir de camarote.

Mas então Matteo deu aquele passo para frente, como se quisesse provar alguma coisa. Como se tamanho ou força importassem quando se está tão desesperado para manter uma fachada. Alek não recuou nenhum centímetro. "Ah, então é isso?" Ele soprou uma risada, zombateiro. "Tá bravo porque me beijou e gostou? Ou porque gostou e agora não sabe onde enfiar essa pose de hétero glorificado?" Abaixou a voz o suficiente como quem confidenciava algo perigoso. "Aposto que ninguém nunca tinha te provocado o suficiente para fazer perder o controle. Pois bem. Fico feliz de ter sido o primeiro." Se afastou com um sorriso convencido no rosto, dando lentos passos para trás até voltar a atenção ao saco de pancadas. "E não se preocupa, Matteo. Eu preferiria beber ácido sulfúrico a te beijar de novo."


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3 months ago

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Quadra de tênis

Sua rotina de exercícios focava em musculação e atividades que ainda poderiam ser feitas na Casa Comune, como kickboxing, Muay Thai ou boxe. Porém, vez ou outra, Matteo gostava de se aventurar em outros esportes. Fosse para causar um pequeno desconforto no seu corpo ao experimentar algo novo, fosse para quebrar um pouco a monotonia do conhecido, ele achava que colocar coisas diferentes na sua rotina lhe traria algum benefício. Era por isso que, naquela manhã, ele optou pelo tênis. Pegou uma raquete esquecida dentro da garagem abarrotada de quinquilharias e logo a onda de memórias associadas ao objeto veio em sua mente.

Ele tinha treze anos e pegou uma raquete no quarto de Neslihan. Ela estava tentando ensiná-lo algo de matemática, mas a mente inquieta de Matteo não conseguia focar nas equações. Ele não entendia porque as coisas lhe eram tão mais difíceis quanto para os seus colegas, mas os números, letras e formas pareciam dançar na folha, causando sua própria inquietação. Ele perguntou para ela o que era aquilo e, mesmo entre um olhar autoritário que dizia que ele devia estar prestando atenção em outra coisa, ela explicou para ele o jogo.

Aos dezesseis anos foi provavelmente quando jogaram o último jogo juntos. Cada dia mais suas lições ficavam espaçadas. Algumas vezes interrompidas por causa da nova rotina física de Matteo, outros dias por algum compromisso que Neslihan possuia. Parecia que suas agendas nunca alinhavam, tão raro quanto um completo alinhamento planetário e Matteo só sabia responder com a única expressão externa que conseguia oferecer aos outros: indiferença. Não podia ir atrás dela. Ele nem sabia o que havia acontecido para o afastamento. Depois daquele dia nunca mais se encontraram intencionalmente dentro ou fora da quadra.

Tinha vinte anos e havia jogado algumas vezes aleatórias, ainda com a raquete emprestada que nunca devolveu. Algumas objetos ficavam perdidos pelo contato entre aqueles que os manipulavam e esse era um dos casos. Talvez nunca voltaria ao verdadeiro dono. Parou de jogar por muito tempo.

Agora, segurando a raquete, ele percebia o quanto ela parecia pequena na sua mão e muito mais velha que lembrava. Talvez fosse a camada de poeira que lhe cobria, depois de longos anos em desuso. Ele girou na mão e decidiu levá-la, mais pelo valor sentimental do que pela praticidade. Provavelmente teria que alugar uma nova para poder jogar. Mas algo de tudo que estava acontecendo, a ligação do grupo mais improvável que poderia ser colocado junto em Khadel, fazia com que ele pensasse mais sobre as suas conexões, ou a falta delas. No fundo Matteo sabia que a indiferença com que levava a vida seria sua ruína. Sozinho, desconfiado e provavelmente rabugento. Era assim que terminaria. Não poderia culpar nenhuma maldição pelo desamor, ele mesmo afastava qualquer um que se atrevesse a tentar estar na sua vida.

Como se evocasse o fantasma de Neslihan com aquela raquete, ele avistou a mulher numa das quadras assim que chegou no lugar. Era cedo, talvez cedo demais, para agir indiferente e fingir que não havia lhe visto. Eram as únicas almas ali naquele horário, tirando o jovem na entrada que havia o recebido. Matteo respirou fundo e foi em direção à mulher, tentando pensar em algo para dizer, mas tudo parecia ficar àquem do desejável. "Ei," cumprimentou, soando patético na sua cabeça, mesmo que nada realmente escorrece ao exterior.

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( @khdpontos )


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