Vou te carregar sempre comigo,
mesmo que doa cada vez que eu pense em você!
eu não quero dizer os motivos da minha tristeza
mas entenda, eu sou feita de dor.
você é aquela pessoa que me faz sorrir do nada.
é aquela pessoa que me irrita, mas se isso não acontecesse, não seria você.
é a melhor companheira que já tive no momento do meu caos, que apesar das tragédias que acontecem aqui dentro, você não desistiu, você não fugiu e isso me encantou.
gestos simples me encanta. e você, além de me encantar, é encantadora.
o que falar do teu sorriso? se eu te falar que ele me acalma quando estou por água abaixo? se eu te dizer que, se não fosse ele, seria mais complicado de me ajudar enquanto a guerra aqui dentro começaria? iria ser um momento bem tenso, concorda? mas isso não tem problemas. você arrumaria outro jeito de me ajudar, sabe por que? porque você é boa nisso e sempre irei repetir.
o teu sorriso fascina qualquer pessoa, ele realmente é incrível e extraordinário.
você chegou de mansinho, sem bater na porta, entrou e perguntou-me se eu precisava de ajuda.
falei que não precisava, mas você insistiu e foi gentil com a minha pessoa.
suas insistências me encantaram e eu sou grato pela sua ajuda e pela pessoa que se habitou aqui dentro.
deixo aqui um aviso bem breve: você será muito bem vinda por aqui e agradeço por ter chegado de paraquedas.
– joão fontinelly.
Quando ainda se é uma criança, a maior dor é ralar o joelho, o maior medo é de arrancar o dente que ficou mole, a maior certeza é que a mãe vai resolver qualquer problema, a maior preocupação é com o trabalho de ciências sobre o sistema planetário, a melhor expressão é: “quando eu crescer…”, o maior desafio é planejar o futuro.
Na infância, a inocência é a maior e mais inédita fantasia que um ser humano é capaz de usar.
Até que… a gente cresce e…..
E crescendo a descobre mais um monte de coisa.
Descobre que existe dor maior que o machucado do joelho e que, por muitas e muitas vezes, essa dor vai ser invisível, não vai haver ferida, mas que, ainda assim, vai machucar para um senhor caralho … E que mesmo maltratando tanto, não vai ser possível gritar e chorar, somente suportar.
A gente acaba por desvendar que há medos maiores e mais terríveis, que alguns vão nos acompanhar por grande parte da nossa vida, e que o pior medo que pode existir é o medo de confiar nas pessoas, mas que em algumas ocasiões ele será essencial.
Envelhecendo a gente percebe que o colo da mãe também não dura para sempre.
As certezas são poucas e mudam muito.
São tantas preocupações que surgem… E olha que eu ainda nem envelheci tanto.
A melhor expressão agora é: “quando eu era criança…”.
O desafio de planejar o futuro não mudou em nada.
Contudo, se querem saber outras conclusões que eu tirei, aqui estão elas…
Aprendi que o amor é meio louco, ás vezes ele aparece feito viajante que: veio, mostrou um mundo novo e foi embora. Ele também gosta de ser poesia, música, chocolate, lembrança, fotografia… O amor é eclético. Já o vi pintando de roqueiro e, enquanto dançava numa trilha sonora eletrizante sincronizou a batida do coração com a melodia da musica, já vi ele dançando sertanejo enquanto tocava poesia cantada de amor abandonado. Ah… Já vi o amor pulando carnaval vestido do arco-íris enquanto a neblina ameaçava cair.
Não sei…
Descobri que os simpáticos sabem como conquistar, mas é dos sábios a capacidade de se afastar sem fazer com que a casa desmorone e, principalmente, a sensatez do momento certo de voltar, ou quem sabe, a delicadeza de julgar ser necessário não voltar, mas, simplesmente, cuidar de longe.
Entendi que amizade tem mais haver com respeito do que com conceitos compartilhados e que solidão não é estar sozinho, mas perdido de si mesmo.
O difícil foi perceber que nós não amamos certas pessoas, nós só amamos certos momentos que elas nos proporcionaram e nessa vontade descarada de voltar ao mesmo porto, aprendi e sofri ao perceber que um pôr-do-sol nunca é visto duas vezes.
Constatei que é possível se apaixonar várias vezes pela mesma pessoa, no entanto, o amor só nasce uma vez e, se for verdadeiro, ele nunca vai morrer. Vai mudar, se transformar e se adaptar, mas não vai morrer.
Talvez essa seja minha crença mais precipitada, mas não importa. No momento, eu quero e vou acreditar em pessoas que foram feitas umas pra outras, na tampa da panela e na azeitona da empada, por isso mesmo escrevo, porque se amanhã isso mudar, ao menos terei a certeza que tentei.
Overcast evening
Montpelier, Vermont - 4/12/09
Tanta gente passa pela gente, mas tão pouca gente realmente fica.
Tati Bernardi. (via renovador)
você é incrível, não deixe a vida e nem ninguém acabar com isso.