30.07.2011 - "Todos vivemos sob o mesmo céu, mas nem todos vêem o mesmo horizonte / Ni ĉiuj vivas sub la sama ĉielo, sed ne ĉiuj vidas saman horizonton"
Birigui - São Paulo - Brasil 🇧🇷
Já ouvi falar muito por certos religiosos que a família verdadeira é entre um homem e uma mulher. Um casal "verdadeiro" doou seus gêmeos siameses para adoção e um casal homossexual adotou os bebês. Prá mim o casal verdadeiro é dessas moças que adotaram as crianças... 🍼🍼
Às vezes, eu ainda te procuro, na esperança de alguma novidade, mas eu sei que existe um grande muro, onde está comprovada a minha invisibilidade.
E eu sei que sou tão insignificante, e sei que jamais serei notada. Mais do que alguém irrelevante, só um NPC sem papel na jornada.
🔹Se alguém falar que é cristão, desconfie: tem muito macaco fantasiado de beija flor.
🔹Se iu diras estas kristano, suspektu: estas multaj simioj vestitaj kiel kolibroj.
🔹Na Alemanha a extrema direita avança, no Brasil fazemos o Carnaval...
🔹En Germanujo la ekstremdekstrularo progresadas, en Brazilo oni faras karnavalon...
⚔️ 🎭
Ontem a noite fui levar minha mãe prá tirar um raio-x no "CDB" (Centro de Diagnóstico Brasil) da "Praça dos Enfartados", conforme pedido da Dra. Alessandra. Como estávamos em cima da hora, a deixei na entrada prá que ela fosse pegando uma senha, enquanto eu estacionava o carro. Quando achei uma vaga bem em frente ao CDB, do outro lado da praça, em frente a um prédio que fica na esquina, o estacionei, mas notei que uma mulher com um Golden Retriever me olhava da praça. Me passou pela cabeça que poderia ser alguém do Grupo Ramatís que eu não via a tempos, mas, ao sair do carro e me aproximar dos dois, vi que não a conhecia. Ela me perguntou, se referindo ao cachorro:
- Você o conhece?
- Não, nunca o vi antes!
- Ele não saiu do lugar enquanto você não saiu do carro. Parecia até que ele te conhecia!
O lindo cão pulava e rolava, me abraçava, latia... Era como se eu reencontrasse um velho amigo! Conversamos rapidamente pois eu estava com pressa. Pensei na minha mãe me aguardando com a senha na mão. Eu lhe disse:
- Pode ser que ele tenha me confundido com a cor do carro (preto), pensou que eu era o dono! 😅
- Não pode ser. Nosso carro é vermelho! E ele sentou aqui quando você começou a estacionar o carro!
- Como ele se chama?
- Tobias!
- Tobias, foi um prazer te conhecer!!!
O cão pulou, me abraçou e começou a rolar no chão... Que sensação estranha! De felicidade recíproca! Pedi licença e corri para a clínica, pois minha mãe já poderia ter sido chamada. Na saída tentei encontrar o Tobias com sua dona, agora com mais calma, mas não os encontrei.
Enfim, havia encontrado um amigo de outras vidas que se lembrou de mim e me reconheceu de longe! Fiquei feliz em saber que ele está muito bem! 💟
✨🐕✨
*Isso aconteceu em 9 de maio de 2023
Eu estava ouvindo o podcast do Chico Felitti e da Beatriz Trevisan sobre a Jout Jout, e isso me fez refletir sobre como, hoje em dia, tudo parece estar hiperconectado. Parece que as coisas ficaram mais fáceis e rápidas, mas, ao mesmo tempo, surge a necessidade constante de estarmos presentes na internet, independentemente da nossa profissão — seja um professor universitário ou o padeiro da esquina.
Essa imposição de estar presente no mundo virtual me causou um certo calafrio. Fico pensando no que nos espera no futuro, não apenas para nós, que já estamos vivendo isso, mas também para as próximas gerações, incluindo meus futuros filhos. Sou da geração Z, nascida entre 1995 e 2010, e, apesar de ainda ser jovem, observo como nossa geração já enfrenta altos índices de ansiedade e depressão, muito relacionados ao excesso de informação.
Somos bombardeados constantemente por atualizações e por conteúdos de pessoas que, muitas vezes, nem conhecemos. Além do feed, ainda temos os stories, que nos mostram tudo: desde o que um amigo está fazendo até para onde o chefe foi viajar. É como se todos — de grupos completamente diferentes — estivessem o tempo todo se vigiando e sendo vigiados. Isso cria uma rede de exposição que, para mim, não faz muito sentido. Acho que redes sociais deveriam ser um espaço mais íntimo, para compartilhar com um grupo pequeno de pessoas próximas.
No entanto, o que vejo hoje é algo muito artificial. Por exemplo, muitos posts e stories que parecem espontâneos são, na verdade, superproduzidos. A pessoa monta a câmera, escolhe o ângulo perfeito e cria uma cena, como se estivesse vivendo aquele momento naturalmente. Isso me cansa, porque não é autêntico. Antigamente, via as redes sociais como um espaço para registrar memórias, quase como um álbum de fotos dos anos 90. Mas, hoje, tudo parece girar em torno de estética, engajamento e a busca por validação.
Por isso, decidi desativar o Instagram recentemente. Não excluí minha conta, mas dei uma pausa, porque percebi que ele estava consumindo muito do meu tempo, algo que considero precioso. Estou num momento de replanejar minha vida, pensando em casamento, filhos e no futuro. Quero que meus filhos cresçam longe do excesso de tecnologia. Acho que redes sociais só deveriam ser acessadas após os 17 anos, e ainda assim, com muita cautela.
Lembro que criei meu Instagram em 2016, com 16 anos, por pressão de amigos. Naquela época, o Instagram tinha um propósito mais simples: postar fotos e se divertir. Minha biografia era algo despretensioso como “Amo Nesfit e meus cachorros”, e minhas postagens eram de paisagens, amigos ou momentos do dia a dia, tiradas com uma câmera Nikon rosa, simples. Eu não me preocupava com edição ou estética.
Hoje, tudo mudou. A pressão para postar fotos perfeitas, com edições e filtros profissionais, é imensa. Parece que todos precisam ser fotógrafos ou influenciadores. Isso é exaustivo e afasta o propósito original das redes sociais.
Depois de desativar o Instagram, passei a usar meu tempo de forma mais produtiva. Tenho feito tricô, escrito no meu caderno, planejado o Natal, lido mais livros e revisitado séries antigas, como Gilmore Girls. Percebo que reduzir o tempo de tela tem me permitido refletir mais sobre a vida, o que considero essencial. É como se toda a poeira que joguei para debaixo do tapete estivesse sendo finalmente limpa.
Esse é um relato pessoal de como tenho encarado essa pausa das redes sociais e os benefícios que isso trouxe para minha vida. Espero que inspire outras pessoas a refletirem também.
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Ouçam o podcast para mais reflexões
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Abraços ✨
Fireball is a collection of twelve short manga pieces drawn by AKIRA creator Katsuhiro Otomo during the period 1978-79 - Escher docet
12. O dia começou
Sempre quando acordo
ainda está escuro lá fora
e o céu ainda se encontra
forrado de estrelas.
Todos os dias fico enfadado
por não ter tempo de apreciar
toda a beleza dos astros
pois o ônibus não tarda a vir.
A viagem é longa e cheia de solavancos
e quando acredita-se que não caiba mais ninguém
logo sobem mais dez passageiros.
Na rua passam estúpidos corajosos
que tem uma idéia muito mesquinha da vida
pois vivem passando no frente dos carros
como se as sinalizações servissem só para os outros.
Os acidentes são diários
pois homens trasformam meios de tranporte em "meios de correr" e,
nesse mar de problemas
chego quase salvo ao meu trabalho.
Todos querem descer do veículo
ao mesmo tempo e,
diante de hercúleo esforço,
consigo sair e percebo que o dia começou
quando o carro passa na poça de barro
e suja minha calça.
Chegando no serviço vou trabalhar em jejum
pois acabou o horario de café
e logo o chefe vem com dezenas de informações e reclamações,
as quais tento resolver de uma vez
e acabo não resolvendo nenhuma.
Uma coisa de cada vez... - penso
Após o expediente
repete-se aquele espetáculo hediondo:
Enorme massa de seres humanos
apinhada toda dentro dos ônibus.
Lembro que logo farei parte dessa massa
enquanto olho centenas de carros
que buzinam e se dirigem para todos os lados.
Chego em casa num estado deplorável
mas o banho é reconfortante
e a velha cama barulhenta é revitalizante.
Já embaixo de minhas cobertas surradas
Lembro-me de pessoas que nem isso tem
e peço a Deus que a todos proteja
enquanto a realidade vai dissipando-se
em milhares de cenas do dia
e logo vem a deliciosa sensação de queda
que indica que estou entrando
no universo onínico
onde encontrarei com amigos invisíveis
que me incentivarão a recomeçar amanhã
tudo de novo...
Junho de 1996
🚌🌛🌃☕🔕🚦
09.07.2009 - "O sorriso custa menos do que a eletricidade e dá mais luz / La rideto kostas malpli ol la elektro kaj elradias pli da lumo"
Taboão - São Paulo - Brasil 🇧🇷
L'infero estas malplena, ĉiuj demonoj estas tie ĉi // O inferno está vazio, todos demônios estão aqui (Shakespeare)
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